ARTE tem Gênero?

Arte, filosofia, sociologia, história, geografia... me liste 10 mulheres que trabalham nessas áreas de cabeça... conseguiu? Acredito que não!

Como citado no panfleto informativo da exposição "Arte tem gênero?" do acervo do Centro Cultural São Paulo (CCSP), de 1300 artistas apenas 340 são mulheres, o que ainda hoje, em muitos lugares, é considerado uma vitória e em outros visto com vergonha por milhares de mulheres, pois estas não se encontram representadas em nenhum desses meios.

Com o decorres da história, centenas de fatores contribuíram para a degradação e subjugação da mulher a tornando apenas um objeto de consumo ou um meio de procriação. Todos esses acontecimentos e dogmas, tiraram da mulher seu valor intelectual e até mesmo o direito sobre si, tudo de tal forma que o espaço da mulher com um ser de valor intelectual e criativo só começou a ser pensado depois de muitos séculos de existência humana.

Hoje, depois de muito tempo do início de movimentos a favor da igualdade de gênero, ainda existe grande resistência a introdução da mulher nos espaços de destaque, e mais resistência ainda as questões que, nós mulheres, carregamos em nosso corpos, mentes e vidas.

Um espaço que se abre não só para o debate dessas questões, mas também dando voz a quem estas questões pertencem, é um lugar que demostra o verdadeiro respeito a esse tipo de expressão e que entende o quão necessário tudo isso é. Mostrando de forma lúdica e tocante tudo o que representa ser mulher numa sociedade onde o machismo já foi institucionalizado e quanto necessitamos de espaço para expor nossa força, vontade e personalidade.

Acredito que a arte não tenha gênero, acredito que ela seja como um farol de luz que brilha e ilumina a escuridão do mar da noite para que nós humanos possamos navegar sem batermos em rochas e corais da costa; um farol que lança uma luz que não se define de certa forma, mas quando nos aproximamos vemos como as particularidades de cada lâmpada e componente que fazem parte desse grande farol contribuem para que o feixe de luz seja forte e potente o suficiente para nos ajudar.

O gênero e suas subjetividades que tornam a arte o que ela é em todas as suas particularidades. Por isso que é de extrema importância representação de todos dentro do conjunto, todos os tipos de artes e cores para que o farol tenha uma luz forte e branca o suficiente para nos tirar do mar escuro da ignorância.