Quando o AMOR atrapalha na escola?
- Preto
- 3 de set. de 2019
- 4 min de leitura

O amor! Por muitos venerado, com claras intenções de ser vivido, mas e quando esse amor traz dor e não alegria, quando esse amor nos atrapalha?
Não sei o meu leitor, mas até a pouco nuca tinha pensado nisso! O título do texto certamente parece contraditório, mesmo por que, quando falamos da profissão de um professor falamos de paixão, de envolvimento, de entrega total e outros tantos sinônimos para o amor. E agora queremos destruir essa visão?
Claro que não é bem isso, para ser um professor é claro que precisamos de muito amor, que nos envolve e nos impulsiona a enfrentar os desafios do dia a dia de uma escola, mas isso é necessário em qualquer profissão, não só a de docente. Outro ponto muito importante é pensar que para ser algo em suas futuras e atuais carreiras não é só necessário o amor, mas também a aptidão, a pratica, o estudo, o envolvimento e tantas características que poderia passar uma noite listando.
A pergunta que nomeia esse artigo é: quando o amor interfere de modo negativo em nosso trabalho dentro e fora da sala de aula? Quando esse amor acaba afogando os nossos esforços e fazem com que a nossa desenvoltura ao passar o conhecimento seja minada?
Durante uma semana pensei muito nessas perguntas e listei em minha mente algumas respostas para desenvolver com você que me lê:
1. Quando nos envolvemos sentimentalmente e as vezes até sexualmente com um de nossos alunos, fazendo distinção entre o grupo de estudantes. Eu sei que o amor se manifesta de diversas formas e nesse tópico quero abordar duas delas, o amor em forma carnal e o amor protetor o amor que nos forma um favorito.
Em ambas as situações é clara a quebra de uma divisão de classes, uma quebra de barreira que colocava professor como um profissional que está ali presente para te instruir e te ajudar no caminho do conhecimento, colocando professor e aluno no mesmo patamar (só lembrando que a escola não precisa de uma hierarquia rígida para um bom desenvolvimento em sala de aula, mas é claro que aluno e professor estão em grupos e situações diferentes), e essas situações vem rompendo com a espaços de aprendizado e a levando a espaços que não tem como primordial a troca e o aprendizado.
Também é importante observar que quando estamos envolvidos emocionalmente, seja de forma romântica ou estabelecendo um favoritismo, nossa capacidade de discernir e observar, fica, com toda certeza, afetada. É o mesmo de um médico que não pode atender um paciente de sua família, pois suas ligações emocionais podem afetar sua capacidade de diagnóstico ou tomada de decisão.
No caso da sala de aula isso pode se manifestar com a perda de capacidade avaliativa da parte do professor, já com relação ao aluno, pode cria um sentimento de irresponsabilidade onde sabendo que tem o afeto do professor não precisa ser assíduo em seus esforços.
2. Quando nosso amor pela beleza da docência não nos deixa enxergar que não temos a devida aptidão ou competência para isso Como disse mais atrás nesse mesmo texto, não é só o amor que forma um bom professor, também é necessário que este se envolver na sala de aula. Em muitos lugares a profissão de professor é muito idealizada, romantizada, como aquele que transmite o conhecimento, e até por uma questão de ego, muito se interessam por esse espaço de fala, mas só amar a profissão e achar ela linda não te torna um bom professor.
Para ser um bom professor é necessário, boa retórica, uma sede insaciável de pesquisa e conhecimento, paciência e muitos outros, se o professor não tem um desses pilares e outros, a estrutura para troca de conhecimento cai, e pior, afeta muitos que estão de dependendo desse "instrutor de trocas".
3. Quando o que amamos são as crianças e não a pratica da docência.
Não tomo isso como um problema absoluto, ou como um tópico com um número de casos expressivo, mas principalmente em minha vida privada, conheci alguns professores, que só chegaram a essa profissão pelo simples fato de gostar de criança ou pelo fato de não poderem ter filhos, como uma forma de suprir a falta de uma criança.
Como já citado, o simples fato do amor ou da falta, não forma bons professores e pode afetar um número muito grande de pessoas que dependem do professor para construir a ponte para o conhecimento.
Esses pontos foram os que mais me prenderam a atenção durante esse curto período de reflexão e obviamente existem muitos mais, vale ressaltar que é mais que necessário, que haja amor na escolha de qualquer que seja a sua profissão, mas quando se trata da docência é de extrema a importância avaliar os muitos outro pontos e sempre estar se analisando como professor, para que nossa postura seja sempre exemplar e nosso método sempre renovado. Pois é nessa constante avaliação e mudança que se constrói bons professores.
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